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Jornalista presa na China diz ter exposição ao sol apenas 10 horas por ano

JM-Madeira

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Data de publicação
11 Agosto 2023
9:19

Uma jornalista sino - australiana que foi condenada na China por acusações de espionagem revelou numa carta as condições em que se encontra presa, incluindo poder estar exposta ao sol apenas 10 horas por ano.

No texto endereçado ao público australiano, quando se cumprem três anos desde a sua detenção, a jornalista Cheng Lei expressa o seu amor pelo país adotivo.

"Eu revivo cada caminhada pela mata, rio, lago, praia, com mergulhos e piqueniques sob pores-do-sol coloridos, o céu iluminado com estrelas e a silenciosa e secreta sinfonia do mato", disse Cheng, na carta que foi compartilhada pelo seu parceiro, Nick Coyle.

Revelou que não vê uma árvore desde que foi detida e que sente falta do sol.

"Na minha cela, a luz do sol entra pela janela, mas só posso sair e ter exposição direta durante 10 horas por ano", descreveu.

A ministra dos Negócios Estrangeiros da Austrália, Penny Wong, disse que Camberra vai continuar a apoiar Cheng e a sua família e a defender os seus interesses e bem-estar.

"A mensagem de Cheng ao público evidencia o seu profundo amor pelo nosso país", apontou Wong, em comunicado. "Todos os australianos querem vê-la reunida com os filhos", acrescentou.

Wong argumentou que a Austrália sempre defendeu a jornalista e pediu que os "padrões básicos de justiça e tratamento humano" sejam cumpridos com Cheng, "de acordo com as normas internacionais".

Coyle disse que ela obteve em setembro passado permissão para lhe escrever cartas.

A jornalista está detida num centro de detenção sobre controlo do ministério da Segurança do Estado, disse Coyle, adiantando que o mais difícil para a sua mulher é a longa separação dos seus filhos.

"Ela perdeu a entrada dos filhos para o ensino médio. Os seus pais não estão a ficar mais novos e Lei é a sua única filha. Portanto, o tempo está a tornar-se cada vez mais precioso", disse Nick Coyle, citado pelo Sydney Morning Herald.

"Acima de tudo, sinto falta dos meus filhos", lê-se na carta.

Cheng, de 48 anos, mudou-se com a família para a Austrália quando tinha dez anos. Ela voltou para a China para trabalhar para o departamento internacional da televisão estatal CCTV.

Os detalhes sobre a sua detenção e julgamento são escassos. Os promotores chineses têm amplos poderes para apresentar acusações de espionagem ou fuga de segredos de Estado com pouca ou nenhuma evidência, e Cheng pode ser punida com vários anos de prisão.

As autoridades chinesas também foram acusadas de deter cidadãos estrangeiros para obterem ganhos diplomáticos ou o retorno de cidadãos chineses radicados no exterior e acusados de crimes na China.

Lusa

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