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Assembleia Parlamentar da NATO arranca sexta-feira em Madrid com foco na Ucrânia

JM-Madeira

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Data de publicação
17 Novembro 2022
14:17

A 68.ª sessão anual da Assembleia Parlamentar da NATO arranca na sexta-feira em Madrid tendo como tema principal a guerra na Ucrânia, mas servindo também para pressionar a Turquia e Hungria a ratificarem a adesão da Suécia e Finlândia.

Depois de, em 2021, ter decorrido em Lisboa, a 68.ª sessão anual da Assembleia Parlamentar da NATO - composta por 269 deputados dos 30 Estados-membros da Aliança - irá reunir-se entre sexta e segunda-feira em Madrid.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da delegação parlamentar portuguesa, o deputado do PSD Adão Silva, antecipa que o "grande tema" desta assembleia vai ser "a guerra injusta e cínica que a Rússia moveu contra a Ucrânia".

Segundo o programa do evento, a assembleia deverá reafirmar a solidariedade da Aliança Atlântica para com a Ucrânia e salientar o compromisso para com a defesa de todos os Estados-membros da NATO, poucos dias depois de o território da Polónia ter sido atingido por um míssil que, segundo as autoridades norte-americanas e polacas, deverá ter sido lançado por um sistema de defesa antiaérea ucraniano.

Neste âmbito, será também entregue a segunda edição do prémio "Women for Peace and Security Award" que, depois de em 2021 ter sido concedido à presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, será desta vez atribuído à vice-primeira-ministra ucraniana, Olha Stefanishyna.

Para Adão Silva, a atribuição deste prémio a uma personalidade ucraniana tem "todo o sentido" e assume um "simbolismo muito forte", tratando-se de um "reconhecimento público" e "uma homenagem pública".

"Este prémio, que era aparentemente um prémio sem grande importância no meio desta miríade de prémios desta natureza (...) converteu-se rapidamente num elemento muito significativo, muito eloquente, quer pela natureza das pessoas, quer pela oportunidade da sua atribuição", refere.

Apesar de o foco principal ser a guerra da Ucrânia, o presidente da delegação portuguesa também salienta que esta será a primeira sessão da Assembleia Parlamentar da NATO em que a Suécia e a Finlândia - que entregaram um pedido de adesão à Aliança em maio - terão uma "participação mais ativa".

Numa altura em que falta apenas o aval da Hungria e da Turquia para que os dois países nórdicos adiram à NATO, o deputado do PSD perspetiva que os deputados irão fazer "pressão" sobre as delegações de Ancara e Budapeste para que acelerem o processo de ratificação.

"A Turquia é um aliado muito importante da NATO e, neste momento, há delicadezas que estão a ser trabalhadas com a Suécia. (…) Mas eu espero que a Turquia ultrapasse esses obstáculos e que a Suécia e a Finlândia se convertam no 31.º e 32.º membros da NATO", afirma Adão Silva.

Entre outros temas que deverão ser abordados pelos delegados, encontra-se a região do Indo-Pacífico - após a reunião, na segunda-feira, entre os presidentes dos Estados Unidos e da China -, o reforço da relação euro-atlântica, o terrorismo, e questão das migrações e dos refugiados.

As delegações deverão também abordar as conclusões da cimeira dos chefes de Estado e de Governo da NATO, que decorreu em junho em Madrid, e designadamente o novo Conceito Estratégico da Aliança, aprovado na altura.

Depois de, na 67.ª sessão anual da Assembleia Parlamentar da NATO, dois deputados portugueses terem sido eleitos para cargos no âmbito da organização interparlamentar - Marcos Perestrello (PS) foi eleito presidente da subcomissão para as parcerias da NATO e Lara Martinho (PS) relatora do Relatório Especial sobre a participação da NATO no Afeganistão -, Adão Silva refere que, desta vez, também já houve membros da delegação que lhe comunicaram que "têm a pretensão de apresentar candidaturas".

"Favoreço e estimulo sempre que essas candidaturas possam aparecer, parece-me importante. (…) Pessoalmente, não irei apresentar nenhuma candidatura (…), mas fico mais livre para poder negociar, apoiar, trabalhar de uma forma discreta ou mais evidente as candidaturas dos meus colegas. Vamos ver se eles querem concretizar ou não", diz.

Ponto assente é que o atual presidente da Assembleia Parlamentar da NATO, o congressista dos Estados Unidos Gerry Connolly, irá terminar o seu mandato de dois anos, devendo ser substituído pela senadora francesa Joëlle Garriaud-Maylam.

Adão Silva refere que, durante esta sessão, deverá ser feita uma homenagem a Gerry Connolly, pelo "grande trabalho" e "grande papel" que teve enquanto presidente da Assembleia Parlamentar da Aliança.

"Acho que ele teve uma grande relevância na dinamização da política, no empenho que os Estados Unidos tiveram nesta questão da Ucrânia e não só. É uma pessoa de grande sentido de cordialidade, de grande articulação. Desempenhou, do meu ponto de vista, um bom papel", refere.

A delegação portuguesa será composta pelos deputados do PS Marcos Perestrello, Joana Sá Pereira, Dora Brandão e Diogo Leão, e pelos deputados do PSD Adão Silva, Olga Silvestre e António Prôa.

Lusa

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