Os líderes da Arménia e do Azerbaijão concordaram no domingo, em "avançar nas discussões" sobre um acordo de paz sobre a região separatista de Nagorno-Karabakh, disse o presidente do Conselho Europeu.
Charles Michel disse que o primeiro-ministro da Arménia, Nikol Pashinyan, e o Presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, realizaram uma discussão "franca e produtiva", numa reunião em Bruxelas, mediada pela UE.
Os dois líderes "concordaram em avançar nas discussões sobre o futuro tratado de paz sobre as relações entre a Arménia e o Azerbaijão", disse o presidente do Conselho Europeu, em comunicado.
As conversações vão começar nas "próximas semanas", disse Michel, acrescentando ter sublinhado durante a reunião a importância de levar em conta "os direitos e a segurança da população arménia de Nagorno-Karabakh".
Haverá ainda uma "reunião de comissões de fronteira" nos próximos dias, que irá abordar as questões da demarcação de fronteiras e "a melhor forma de garantir uma situação estável", referiu.
Um outro encontro entre Aliyev e Pashinyan, organizado pela UE, está previsto para julho ou agosto, anunciou Michel.
Desde 17 de abril que manifestações têm decorrido regularmente na capital da Arménia, Erevan, para exigir a demissão de Pashinian, depois do primeiro-ministro ter comentado no parlamento sobre a necessidade de assinar um acordo de paz com o Azerbaijão.
As antigas repúblicas soviéticas estão em conflito há várias décadas por Nagorno-Karabakh, território de maioria arménia, que declarou a secessão do Azerbaijão, na sequência do fim da União Soviética.
O conflito, no início dos anos de 1990, provocou a morte de 30 mil pessoas e milhares de refugiados, sendo que a região está desde então sob controlo arménio.
Durante uma guerra de seis semanas em 2020, o Azerbaijão recuperou o controlo sobre parte da região antes de assinar um cessar-fogo com a Arménia, mediado pela Rússia, que enviou "forças de manutenção de paz" para a região.
Os combates, que fizeram mais de 6.500 mortos, ficaram marcados pela derrota da Arménia, obrigada a ceder território.
Lusa