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Antigo PM da Malásia levado para a prisão para cumprir pena de 12 anos

JM-Madeira

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Data de publicação
23 Agosto 2022
16:15

O antigo primeiro-ministro malaio Najib Razak foi hoje detido e levado para uma prisão a sul de Kuala Lumpur para cumprir 12 anos de cadeia por corrupção, depois de o Tribunal Federal ter confirmado a condenação.

Najib Razak chegou à prisão de Kajang cerca das 18:45 locais (11:45 em Lisboa) sob escolta policial, segundo a agência de notícias da Malásia Bernama.

O político de 69 anos é o primeiro ex-primeiro-ministro da Malásia a cumprir uma pena de prisão.

Najib Razak foi detido pouco depois de um coletivo de cinco juízes ter rejeitado recursos apresentados pelos seus advogados, incluindo um pedido de última hora para desqualificar a juíza presidente por alegada parcialidade.

O tribunal considerou o recurso "desprovido de qualquer mérito".

"Com base em todas as provas, verificamos que a sua condenação em todas as sete acusações é segura", disse a presidente do Tribunal Federal, Maimun Tuan Mat.

Os recursos são "rejeitados por unanimidade e a condenação e a sentença são confirmadas", acrescentou Maimun.

Fora do tribunal, familiares e apoiantes abraçaram-se em lágrimas quando foi conhecida a decisão.

A nora do chefe do governo Nur Sharmila Shaheen disse que Najib Razak se manteve "forte e calmo".

"O meu sogro pediu-nos para tomarmos conta da família", referiu, citada pela agência francesa AFP.

O caso reporta-se ao fundo de desenvolvimento estratégico 1MDB (1Malaysia Development Berhad) criado por Najib Razak depois de assumir o poder em 2009.

Os investigadores alegam que associados de Najib Razak desviaram do fundo e branquearam 4.500 milhões de dólares (mais de 4.530 milhões de euros, ao câmbio atual).

Em 2020, Najib Razak foi considerado culpado de abuso de poder, violação criminal de confiança e branqueamento de dinheiro por receber ilegalmente 9,4 milhões de dólares (mais de 9,4 milhões de euros) da SRC International, uma antiga unidade do 1MDB.

Najib Razak declarou-se sempre inocente e aguardou o resultado do recurso em liberdade, após o pagamento de uma fiança, tendo sido detido hoje pela primeira vez.

Cerca de 300 apoiantes de Najib Razak concentraram-se no exterior do tribunal, situado em Putrajaya, a capital administrativa da Malásia, a 25 quilómetros a sul de Kuala Lumpur.

"Se sou culpado, por favor perdoem-me", disse o antigo primeiro-ministro à multidão.

Antes de ouvir a decisão, Najib Razak disse ao tribunal que não lhe tinha sido "concedido um julgamento justo".

Maimun Tuan Mat, a primeira mulher a presidir ao Tribunal Federal, nomeada em 2019, recebeu nas redes sociais ameaças de morte de apoiantes de Najib Razak.

A polícia deteve um homem durante o fim de semana, em ligação com ameaças de morte feitas contra a juíza.

O escândalo do 1MDB desencadeou investigações nos Estados Unidos e em vários outros países, e provocou a queda do governo de Najib Razik nas eleições de 2018.

O antigo primeiro-ministro enfrenta 42 acusações em cinco julgamentos distintos ligados ao 1MDB, e a esposa está também a ser julgada sob acusações de corrupção.

O seu partido, a Organização Nacional dos Malaios Unidos (UMNO, na sigla em inglês), a que presidiu até ser afastado do governo, lidera o atual executivo, após a deserção de deputados ter causado o colapso do governo reformista que venceu as eleições de 2018.

Najib Razak foi o sexto primeiro-ministro da Malásia, entre abril de 2009 e maio de 2018.

O atual governo é liderado, desde agosto de 2021, por Ismail Sabri Yaakob, vice-presidente da UMNO.

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