A deportação aérea da Tanzânia do fugitivo sul-africano Thabo Bester, condenado por violação e assassínio, e da sua cúmplice custou 1,4 milhões de rands (70 mil euros) ao Estado, anunciou o ministro do Interior, Aaron Motsoaledi.
"Não me lembro de ver bandidos desta natureza a serem transportados em voos comerciais [de passageiros]. Nunca deportamos ninguém num voo comercial", justificou hoje o ministro sul-africano no parlamento.
O governante referiu que o Ministério do Interior sul-africano não dispõe de frota aérea própria, acrescentando que a operação de repatriamento envolveu cerca de 14 funcionários, indicando que um voo comercial implicaria ainda o aluguer de autocarros para uma viagem de ida e volta, de cerca de 600 quilómetros, entre Dar es Salaam, a capital do país, e Arusha, onde os fugitivos sul-africanos se encontravam detidos juntamente com um cidadão moçambicano.
Nesse sentido, segundo Motsoaledi, o Governo foi "obrigado a fretar um voo de acordo com a base de dados de fornecedores do Tesouro", sublinhando que foi selecionada "a opção mais barata, de 1,4 milhões de rands".
Os fugitivos sul-africanos Thabo Bester, a sua cúmplice Nandipha Magudumana, bem como o cidadão moçambicano Zakaria Alberto, que facilitou a fuga da África do Sul, foram detidos há duas semanas no norte da Tanzânia, a cerca de 10 quilómetros da fronteira com o Quénia, segundo as autoridades policiais sul-africanas.
Todavia, apenas Thabo Bester e Nandipha Magudumana foram deportados para a África do Sul, em 13 de abril, cinco dias após a visita de uma delegação de altos funcionários do Governo sul-africano à Tanzânia. Ambos já compareceram em tribunal, segundo as autoridades sul-africanas.
Contactada pela Lusa, fonte do Ministério da Polícia da África do Sul confirmou que o moçambicano, que ajudou os dois fugitivos sul-africanos, não foi deportado para a África do Sul, estando a ser investigado sob custódia policial na Tanzânia.
Thabo Bester, um violador e assassino condenado, que fingiu a sua própria morte para escapar da prisão em maio do ano passado, foi agora colocado na prisão de máxima segurança Kgosi Mampuru, conhecida localmente por "C-Max", em Pretória, a capital do país, avançaram as autoridades sul-africanas.
Apelidado de "violador do Facebook", Thabo Bester atraiu as suas vítimas através das redes sociais, antes de as violar e roubar, tendo pelo menos uma das vítimas sido morta. Em 2012, foi condenado a prisão perpétua por violação, roubo e homicídio.
Pelo menos cinco pessoas foram detidas até à data, incluindo Bester e Magudumana, anunciou o comissário da Polícia sul-africana Fannie Masemola.
Zolile Sekeleni, um funcionário prisional e pai de Magudumana, saiu recentemente em liberdade condicional mediante o pagamento de uma caução de 10.000 rands (500 euros), no tribunal de magistrados, em Bloemfontein, na província sul-africana de Free State, onde Bester cumpria pena de prisão perpétua antes da sua evasão.
LUSA