Após ter sido hospitalizado há algumas semanas devido a uma crise de diabetes, morreu esta madrugada o Rei Goodwill Zwelithini, confirmou ao JM o madeirense Joe Castro, o ‘Induna’ que durante muitos anos esteve muito próximo daquele monarca tribal sul-africano.
As notícias do perecimento de Zwelithini foi confirmada pelo Príncipe Mangosuthu Buthelezi, fundador da Inkhata Freedom Party e tradicional primeiro-ministro num comunicado emitido há pouco, no qual se pode ler: "É com a maior dor que informo à nação do falecimento de Sua Majestade, Rei Goodwill Zwelithini ka Bhekuzulu, rei da nação Zulu. Nas últimas semanas, a instabilidade de glucose tornou-se motivo de grande apreensão fazendo com que a equipa médica que o assistiu entendesse ser necessário o seu internamento na UCI".
Zwelithini visitou a Madeira onde foi recebido pelo ex-presidente Alberto João Jardim e esteve presente na última vez que se realizou o Dia da Região na África do Sul.
O JM sabe que ontem membros da família real, um por um visitaram Goodwill Zwelithini, mas que este não articulava qualquer palavra, o que fazia antever este desfecho fatal.
O presidente sul-africano Cyril Ramaphosa considerou hoje o rei Goodwill Zwelithini um "monarca visionário" que contribui para a unidade nacional na África do Sul.
"Sua Majestade será lembrado como um monarca visionário muito amado que deu uma importante contribuição para a identidade cultural, unidade nacional e desenvolvimento económico no KwaZulu-Natal e, por meio disso, para o desenvolvimento do nosso país como um todo", referiu em comunicado o presidente Ramaphosa.
Goodwill Zwelithini ka Bhekuzulu (1948-2021), rei do povo Zulu desde a década de 1960, era o único administrador de cerca de três milhões de hectares de terra sob o Fundo Ingonyama, criado em 1994, para salvaguardar "o bem-estar material e social dos membros das tribos e comunidades" que fazem parte de cerca de 11 milhões de pessoas que habitam a província do KwaZulu-Natal, a segunda mais povoada do país.