Venezuela: Oposição acusa o Governo de ataque aos partidos que participam nas negociações
A oposição venezuelana acusou hoje o regime de atuar "de maneira paradoxal" ao querer impedir partidos que participam no processo de diálogo com o Governo de participar nas presidenciais de 2018, por terem boicotado as eleições de dezembro.
"É paradoxal que o Governo anule os partidos que estão no processo de negociação internacional [na República Dominicana]" escreveu Luís Florido na sua conta da rede de mensagens instantâneas Twitter.
O representante da opositora Mesa de Unidade Democrática (MUD) no diálogo entre o Governo e a oposição questionou se "a delegação do Governo se vai sentar [a negociar] com representantes ilegalizados".
Florido questionou também se "querem impedir que continue a negociação com a comunidade internacional".
Por outro lado, o ex-governador do Estado de Zúlia Pablo Guanipa, eleito em outubro último mas destituído por não ter aceitado prestar juramento perante a Assembleia Constituinte, acusou o Governo de pretender ilegalizar os partidos opositores candidatos às presidenciais de 2018.
"Com decretos constituintes, pretendem ilegalizar os partidos que não se legitimam a ditadura. Nicolás Maduro procura governar sem oposição", escreveu também no Twitter.
A Assembleia Constituinte da Venezuela (AC), composta na totalidade por simpatizantes do regime, aprovou na quarta-feira um decreto que impede os partidos políticos que boicotaram as últimas eleições de participarem nas presidenciais de 2018.
O decreto para a validação de partidos políticos obriga os movimentos que não participaram nas eleições de 10 de dezembro a iniciar um processo de revalidação junto do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), caso contrário ficarão impedidos de participar nas presidenciais, previstas para 2018.
O processo põe em causa três grandes partidos venezuelanos que fazem parte da MUD, Ação Democrática, Vontade Popular e Primeiro Justiça que denunciaram irregularidades nas penúltimas eleições e que boicotaram o escrutínio de dezembro por acreditar que não existiam garantias eleitorais e por falta de confiança no CNE.
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