Venezuela: Parlamentares da oposição aprovaram entre gritos acordo de diálogo com o Governo
O parlamento venezuelano, detido pela oposição, aprovou hoje um acordo de diálogo com o Governo do Presidente Maduro, entre gritos parlamentares e de simpatizantes da fração 16 de julho.
A aprovação teve lugar com 82 votos a favor, da oposição, e três contra, do grupo parlamentar 16 de julho, integrado por 13 deputados que recentemente se afastaram da aliança opositora Mesa de Unidade Democrática.
"Diálogo é traição, o diálogo é absurdo!", gritaram os deputados do 16 de Julho e um grupo de simpatizantes que assistiram à sessão onde se debatia sobre a participação da oposição no diálogo.
No texto do "Acordo de Consulta Nacional para o Resgate dos Direitos Através de um Processo de Negociação", lê-se que o parlamento "acorda em apoiar o processo de negociação que se realizará na República Dominicana a 01 e 02 de dezembro".
Os parlamentares acordaram também em "fazer chegar um relatório à Comissão Especial e às deleções do Governo venezuelano e da oposição democrática, com as observações, considerações e propostas da sociedade civil em relação ao processo de negociação" e "dar publicidade às propostas dos diferentes setores" e ao acordo, através da imprensa nacional e internacional, bem como "remeter cópia a todo o corpo diplomático acreditado no país".
Entre os considerandos do acordo lê-se que "nas reuniões realizadas com sindicatos, trabalhadores, sociedades médicas, académicos, estudantes universitários, comités de familiares de presos políticos e vítimas da repressão, organizações eleitorais e partidos políticos, com a Igreja Católica e os setores empresarial, produtivo e comercial, foram expostas visões sobre a grave crise generalizada" na Venezuela.
"Os setores vincaram que as prioridades são os alimentos e medicamentos, liberdade para os presos políticos, uma saída eleitoral e o não reconhecimento da Assembleia Nacional Constituinte criada pelo Presidente Nicolás Maduro devem ser expostos pelos seus representantes perante a mesa de negociação", afirma o texto.
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