Pelo menos 10 pessoas morreram e mais de 100 estão desaparecidas depois de homens armados terem atacado esta semana um barco no rio Congo, numa região do oeste da República Democrática do Congo (RDCongo), anunciaram hoje autoridades locais.

"Assaltantes armados atacaram um batelão na terça-feira" na aldeia Kaba-École, no território de Kwamouth, província de Mai-Ndombe, confirmou à France-Presse Rita Bola, governadora da província, sem poder especificar o número de mortos ou as razões do ataque.

Este tipo de barco, muitas vezes sobrelotado, é utilizado para o transporte de passageiros e mercadorias.

Segundo Pius Makina, administrador do território do Kwamouth, o barco transportava mais de 200 pessoas, um número que não pôde ser confirmado devido à falta de registo preciso de passageiros.

Quando viram chegar os agressores, que estavam numa canoa motorizada, "os passageiros ficaram assustados e mais de 100 saltaram para a água e desapareceram", tendo sido encontrados os corpos de dez vítimas, descreveu o administrador.

O território de Kwamouth é atormentado pela violência comunitária que começou em junho passado devido a uma disputa de terras entre os Teke, que se consideram nativos e proprietários de aldeias ao longo do rio Congo, e os Yaka, que vieram ali estabelecer-se depois deles.

A violência, que mais tarde se espalhou para a província vizinha de Kwilu, já deixou pelo menos 180 mortos, de acordo com o Governo de Kinshasa.

As Nações Unidas estimaram que dezenas de milhares de pessoas deslocadas foram expulsas das suas aldeias pelo conflito, algumas das quais são refugiadas na vizinha República do Congo.

Décio Ferreira