O colégio de comissários europeus reúne-se hoje com elementos do Governo ucraniano, em Kiev, para discutir o apoio ao país invadido pela Rússia há quase um ano e na véspera da cimeira bilateral.
O programa de reuniões de hoje não foi divulgado, tal como o nome dos comissários que viajaram na quarta-feira para a capital ucraniana, por questões de segurança e a pedido das próprias autoridades do país, revelou na terça-feira fonte comunitária.
Naquela que é também a quarta deslocação a Kiev da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, desde o início da guerra em 24 de fevereiro de 2022, sabe-se que o colégio de comissários vai reunir-se com vários elementos do Governo de Volodymyr Zelensky para discutir a cooperação entre os 27 e a Ucrânia em "áreas relevantes" para a Ucrânia.
Estão previstos encontros bilaterais entre comissários e ministros à margem deste encontro.
Entre as prioridades da discussão deverão estar o próximo pacote de sanções à Rússia e os apoios financeiro, militar e humanitário à Ucrânia. Na terça-feira, Andriy Yermak, responsável do gabinete de Zelensky, apelou à inclusão de propagandistas russos nas sanções impostas por Bruxelas, para menorizar o apoio que o Presidente russo, Vladimir Putin, consegue entre a população russa.
A reunião do colégio com o Governo antecede a cimeira entre a União Europeia (UE) e a Ucrânia, na sexta-feira, que vai realizar-se em Kiev numa altura em que as Forças Armadas russas intensificam a ofensiva e bombardeiam infraestruturas civis.
Por essa razão, os chefes de Estado e de Governo dos Estados-membros europeus vão fazer-se representar por von der Leyen, pelo presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e pelo alto-representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell.
Na cimeira, o principal assunto vai ser a adesão de Kiev ao bloco comunitário, que o país deseja alcançar até 2026, mas Bruxelas terá de gerir as expectativas do já candidato à integração. Há passos importantes de um processo que é moroso e que a maioria dos países europeus diz que têm de ser alcançados antes da integração plena.
Ainda assim, e face aos esforços de Kiev, nomeadamente com uma campanha anticorrupção que na última semana levou à queda de dez responsáveis governamentais e locais, poderá levar a UE a concessões à Ucrânia em matéria de comércio e entrada no Mercado Interno.
Lusa