Catalunha: Ex-vice-presidente diz que independentistas não renunciam à prisão
O ex-vice-presidente catalão Oriol Junqueras, detido desde quinta-feira por delitos de rebelião, sedição e fraude no processo soberanista, disse hoje que os independentistas nunca renunciarão à prisão “se for [esse] o preço da liberdade”.
Os colaboradores de Junqueras publicaram hoje três mensagens na conta do antigo governante na rede social Twitter, que Junqueras lhes fez chegar a partir da prisão de Estremera, em Madrid.
“Se o preço da liberdade for a prisão, não renunciaremos nunca à liberdade”, diz a primeira mensagem de Junqueras, que também se afirma convicto de “todos os democratas lutarão sem desfalecer”.
O também presidente da Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) deixou ainda agradecimentos a todos os que o têm apoiado, tal como os outros sete ex-conselheiros destituídos que também estão presos.
“Estimo-vos muito. Prosseguimos”, escreveu.
A secretária-geral da ERC, Marta Rovira, exigiu hoje a libertação dos “presos políticos”, para que possam concorrer às eleições regionais marcadas para 21 de dezembro, marcadas pelo Governo de Madrid, em “igualdade de condições”.
“Não podemos ir a eleições com os principais líderes políticos e sociais do independentismo na prisão”, defendeu, no final de uma reunião do conselho nacional do partido.
A ‘número dois’ do partido evitou responder de forma direta à proposta do antigo presidente da Generalitat, Carles Puigdemont, de união dos partidos independentistas catalães nas eleições de 21 de dezembro.
“Temos de falar de modo claro: para nós estas eleições só podem significar mais um passo para demonstrar que o que temos feito é legítimo”, sublinhou a responsável da ERC, que apelou para que as eleições sirvam para “acumular maiorias” a favor da república.
A juíza da Audiência Nacional Carmen Lamela decretou na quinta-feira a prisão preventiva de oito ex-membros do governo catalão que se apresentaram para ser ouvidos, incluindo o ex-vice-presidente do governo autónomo da Catalunha, Oriol Junqueras.
Ao ex-ministro regional Santi Vila, que se tinha demitido do cargo poucas horas antes de ao governo regional da Catalunha ter sido destituído, por decisão do Governo espanhol de Mariano Rajoy, foi-lhe imposta uma medida de coação que lhe dá a possibilidade de pagar 50.000 euros e esperar o julgamento em liberdade.
O parlamento regional da Catalunha aprovou no dia 27 de outubro a independência da região, numa votação sem a presença da oposição, que abandonou a assembleia regional e deixou bandeiras espanholas nos lugares que ocupava.
No mesmo dia, o executivo de Mariano Rajoy, do Partido Popular (direita), apoiado pelo maior partido da oposição, os socialistas do PSOE, e também pelo Cidadãos (centro), anunciou a dissolução do parlamento regional, a realização de eleições em 21 de dezembro próximo e a destituição de todo o governo catalão, entre outras medidas.
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