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Associação Respeito junta-se a campanha pelo fim da violência doméstica no Reino Unido

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Data de publicação
26 Novembro 2022
10:59

A associação Respeito associou-se à campanha internacional ‘UNITE’ que visa sensibilizar e combater a violência doméstica, um problema que também afeta a comunidade portuguesa no Reino Unido, afirmaram as responsáveis.

Nas próximas duas semanas, a associação, formada em Londres em 2016, vai usar as redes sociais para chamar a atenção para o tema, procurando assinalar as atitudes que são erradas e como familiares, amigos ou colegas de trabalho, ajudar as vítimas.

A iniciativa "Unid@s pelo fim da violência contra mulheres" visa levar a mensagem da campanha "UNITE to end the violence against women", lançada em 2008 pela ONU.

A campanha dura 16 dias, com início em 25 de novembro, Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres, e fim em 10 de dezembro, Dia Mundial dos Direitos Humanos.

"Uma em três mulheres são vítimas de violência e abusos sexuais a nível mundial", disse a cofundadora, Fernanda Correia, algo que "também acontece na comunidade portuguesa".

Esta constatação foi feita quando dirigiu o centro comunitário português e Londres e se deparou com "muitas mulheres não sabiam como pedir ajuda ou com quem falar".

"Isso fez-me querer fazer algo para que elas possam viver sem abusos", contou, durante um evento na sexta-feira nos paços do concelho de Lambeth, um município no sul de Londres onde mais de 10% dos 300.000 habitantes são lusófonos.

Desde 2016, a associação Respeito já ajudou "centenas de mulheres a mudar de vida", vincou.

Entre estas está "Maria", nome pelo qual a portuguesa de 41 anos pediu para ser identificada para proteger a identidade por ainda se sentir em risco, apesar de viver num país diferente do antigo companheiro de quem fugiu.

"Maria" contou à Agência Lusa como a relação abusiva e violenta culminou numa violação que denunciou à polícia portuguesa. Porém, como o então namorado não ficou preso e o processo na justiça era moroso, continuou a temer pela vida.

"Ele seguia-nos, vigiava a casa dos meus pais, enviava-me mensagens, ameaças de morte, tentou publicar fotografias [íntimas] nas redes sociais. Estava a criar problemas com a minha família e no meu trabalho", recordou.

A oferta de ajuda de uma amiga emigrada na capital britânica trouxe-a para Londres, deixando para trás a casa, família e amigos, onde encontrou apoio da Respeito para questões judiciais, emprego e residência.

"Se tivesse ficado lá não estava viva", admite, enaltecendo a Respeito por informá-la não só sobre os direitos no Reino Unido, mas também com terapia, para conseguir ultrapassar o trauma.

Graças a este apoio, "Maria" refez a vida com o filho e tem um novo companheiro, mostrando-se agora determinada em "ajudar outras mulheres a serem fortes".

Presente no evento de sexta-feira, a líder do concelho de Lambeth, Claire Holland, afirmou querer que o município semana "um lugar onde todos se sintam seguros" e que fez questão de proteger o financiamento a esta área dos cortes orçamentais.

"Melhorar a segurança das mulheres e raparigas é uma prioridade", garantiu.

Lusa

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