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Antigo ditador guineense Moussa Dadis Camara e coarguidos enviados para a prisão

JM-Madeira

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Data de publicação
27 Setembro 2022
18:53

O antigo ditador guineense Moussa Dadis Camara e vários coarguidos foram hoje enviados para a prisão, antes de serem julgados a partir de quarta-feira pelo massacre cometido em 28 de setembro de 2009, disseram os seus advogados.

Um dos advogados, Salifou Béavogui, disse fora do tribunal que o procurador mandou levar os seus "seis clientes para a casa central (prisão), onde aparentemente ficarão detidos até ao final do processo", ou seja, o julgamento terá uma duração indefinida.

O advogado contestou esta medida, dizendo que, "infelizmente, o julgamento começa com a violação dos direitos da defesa".

Segundo a agência France-Presse, um miniautocarro acelerou sob a proteção de várias viaturas do novíssimo tribunal, construído especialmente para o julgamento, onde a liberdade dos arguidos foi decidida durante algumas horas.

O capitão Camara e 10 outros ex-militares e funcionários governamentais deverão comparecer no tribunal às 10:00 locais (11:00 em Lisboa) de quarta-feira para responder pela sua alegada responsabilidade nos acontecimentos de 28 de setembro de 2009 e nos dias que se seguiram. Alguns dos arguidos já tinham sido detidos há anos.

Os arguidos que ainda estão livres foram convocados por volta das 12:00, antes do julgamento. Os receios dos seus advogados de que seriam detidos provaram ser fundados.

O representante do Ministério Público leu aos arguidos e aos seus advogados os textos estipulando que os arguidos tinham de se constituir como detidos antes do seu julgamento, informou Béavogui.

Os advogados argumentaram em vão que estas disposições não se aplicavam porque as decisões judiciais que remetiam para o tribunal não previam explicitamente tal medida, disse.

Os 11 homens irão a julgamento pelas suas ações de há 13 anos.

Soldados, polícia e milicianos provocaram um banho de sangue num comício de dezenas de milhares de apoiantes da oposição que se reuniram num estádio nos arredores de Conacri para demonstrar pacificamente a sua força e dissuadir o capitão Camara de concorrer às eleições presidenciais de janeiro de 2010.

O capitão Moussa Dadis Camara foi levado ao poder em dezembro de 2008, num golpe militar. Foi então empossado como Presidente.

Em 28 de setembro de 2009 e nos dias seguintes, 156 pessoas foram mortas e milhares feridos com crueldade desenfreada, e pelo menos 109 mulheres foram violadas, segundo o relatório de uma comissão de inquérito internacional mandatada pela Organização das Nações Unidas.

Décio Ferreira

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