Doze condenados por morte de albino no Maláui, incluindo um familiar e um padre

LUSA

Um padre foi hoje condenado a 30 anos de prisão por um tribunal em Blantyre, sul do Maláui, e mais 11 foram condenadas, incluindo cinco a prisão perpétua, no caso de um albino que foi morto e desmembrado em 2018.

Os parentes da vítima tinham prometido apresentá-lo à sua futura esposa, mas MacDonald Masambuka, um albino de 22 anos, foi emboscado e morto, depois desmembrado e os seus ossos retirados para venda, de acordo com a decisão judicial, citada pela agência France-Presse (AFP).

Ao todo, foram condenadas 12 pessoas e cinco delas, incluindo o irmão da vítima que montou a armadilha, foram condenados a prisão perpétua, a pena máxima.

O assassinato "foi motivado pela incapacidade do falecido, nomeadamente albinismo", disse a juíza Dorothy NyaKaunda Kamangadu na sua decisão.

O padre católico Thomas Muhosha, que dirigia a paróquia a que está ligada a cidade de Machinga, cerca de 100 quilómetros a leste de Blantyre, foi considerado culpado de tentativa de venda de partes de corpo e o juiz considerou que este violou a "confiança" da comunidade.

Neste país pobre da África Austral, os albinos são frequentemente alvos de ataques. As suas partes do corpo são utilizadas em rituais de bruxaria por quem acredita trazer riqueza e saúde.

Desde 2014 que pelo menos 40 assassinatos e 145 agressões foram relatados, no âmbito de uma onda de violência dirigida contra os albinos no país.