A Suécia e a Finlândia planeiam realizar conversações com a Turquia no sábado, em Berlim, depois de o Presidente turco se ter manifestado contra a adesão destes países à NATO, anunciaram os seus ministros dos Negócios Estrangeiros.
Numa conferência de imprensa em Helsínquia, o ministro dos Negócios Estrangeiros finlandês, Pekka Haavisto, manifestou também a sua intenção de "continuar a discussão" com o ministro turco Mevlut Cavusoglu.
"Acho que precisamos de paciência nestes processos e isso não acontece de um dia para o outro ... Vamos levar as coisas passo a passo", referiu, recordando que a Finlândia ainda não anunciou oficialmente a sua candidatura.
A ministra sueca, Ann Linde, "terá a oportunidade de discutir a possível candidatura sueca" com o seu homólogo turco numa reunião informal prevista dos ministros da NATO, para a qual a Suécia e a Finlândia são convidadas, indicou o ministério sueco numa nota enviada à agência France-Presse.
"Espero que tenhamos sempre mensagens positivas dos 30 países membros da NATO. Muitos dos 30 aliados manifestaram publicamente um forte apoio à Suécia e à Finlândia", recordou a chefe da diplomacia.
"O governo turco não nos enviou este tipo de mensagem diretamente", esclareceu ainda Linde.
O Presidente turco manifestou-se hoje desfavorável à entrada da Finlândia e da Suécia na NATO, na primeira voz dissonante no seio dos 30 aliados.
"Estamos a seguir cuidadosamente os desenvolvimentos relativos à Suécia e Finlândia, mas não somos de opinião favorável", disse Recep Tayyip Erdogan aos jornalistas em Istambul, citado pelas agências AFP e AP.
Erdogan disse que não "queria ver uma repetição do erro cometido" contra a Turquia com a entrada da Grécia na NATO, acusando Helsínquia e Estocolmo de "abrigar terroristas do PKK", o Partido dos Trabalhadores do Curdistão.
A unanimidade é necessária para um novo membro entrar para a aliança atlântica, colocando a Turquia em posição de bloquear as candidaturas dos dois países nórdicos, previstas para os próximos dias.
Lusa