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UE aguarda respostas de Washington e Teerão para relançar negociações sobre acordo nuclear

JM-Madeira

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Data de publicação
14 Outubro 2021
14:50

A diplomacia da União Europeia (UE) destacou ser urgente relançar as negociações sobre o acordo nuclear iraniano, aguardando, neste momento, as respostas de Washington e de Teerão para fazer avançar o processo, afirmou hoje um porta-voz comunitário.

O vice-secretário-geral do Serviço Europeu para a Ação Externa (SEAE, o serviço diplomático da UE) e negociador comunitário responsável pelo dossiê do acordo nuclear, Enrique Mora, encontra-se hoje em Teerão, onde irá salientar "a urgência de reiniciar as discussões", avançou Peter Stano, porta-voz do chefe da diplomacia da UE (Josep Borrell), em declarações aos jornalistas.

"Estamos à espera da resposta dos iranianos", referiu o mesmo porta-voz, indicando que o Alto Representante para a Política Externa e de Segurança da UE, Josep Borrell, encontra-se hoje, por sua vez, em Washington, onde estará com o seu homólogo norte-americano, Antony Blinken, para igualmente abordar a questão do protocolo nuclear.

"Veremos o resultado destas conversações", acrescentou Peter Stano, expressando alguma confiança de que "em breve" o processo negocial possa ser retomado e destacando, nomeadamente, o "dinamismo" observado do lado iraniano.

A partir da capital iraniana, Enrique Mora deu conta, através da rede social Twitter, da reunião com o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Ali Bagheri, indicando tratar-se de "um momento crítico".

"É crucial retomar as negociações (...) para continuar com o trabalho diplomático", enfatizou Mora.

Do lado iraniano, o Ministério dos Negócios Estrangeiros informou que as duas delegações vão debater "questões de interesse mútuo, regional e internacional, nomeadamente as relações entre o Irão e a UE, a questão do Afeganistão e as negociações para o levantamento das cruéis sanções" impostas à República Islâmica.

Firmado em 2015 em Viena (Áustria) entre Teerão, os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e China) e a Alemanha, o acordo internacional visava limitar e ter uma maior vigilância do programa nuclear iraniano (através de um controlo rigoroso por parte da ONU) em troca do levantamento das sanções internacionais.

O acordo foi posto em causa depois de os Estados Unidos (durante a administração do Presidente Donald Trump) terem decidido retirar-se dele unilateralmente, em maio de 2018, e restabelecer sanções económicas ao Irão, que os restantes signatários não conseguiram contrariar.

Em resposta, e perante uma economia iraniana asfixiada com as sanções norte-americanas, Teerão decidiu, a partir de maio de 2019, deixar gradualmente de respeitar alguns dos compromissos do acordo, que limitava grandemente a sua atividade nuclear.

Com a chegada de uma nova administração à Casa Branca em janeiro de 2021, liderada pelo Presidente Joe Biden, os Estados Unidos avançaram com a intenção de regressar ao protocolo internacional, estabelecendo, porém, condições.

Foram iniciadas nos meses seguintes rondas de conversações em Viena, supervisionadas pela UE, para tentar restaurar totalmente o acordo internacional.

Estas consultas estão interrompidas desde a eleição, em junho passado, do novo Presidente iraniano, Ebrahim Raissi, que tomou posse em agosto.

O regime de Teerão tem assegurado regularmente que deseja retomar as negociações.

"Uma reunião será convocada se todas as partes concordarem e se estiverem prontas", acrescentou Peter Stano.

"Há uma necessidade urgente de retomar as discussões muito em breve", reforçou o porta-voz comunitário.

Na quarta-feira, os Estados Unidos aumentaram o tom da pressão sobre Teerão, ao afirmarem que estão preparados para considerar "todas as opções", caso os esforços diplomáticos para salvar o acordo nuclear com o Irão falharem.

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