Os governos da Roménia e Reino Unido convocaram hoje os embaixadores do Irão nos seus países devido ao ataque contra um petroleiro na passada quinta-feira ao largo de Oman em que morreram duas pessoas, um romeno e um britânico.
A diplomacia romena afirma, em comunicado, que "se reserva ao direito de atuar em consequência".
O governo de Londres tomou a mesma atitude e convocou hoje de emergência o embaixador de Teerão.
Antes, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Roménia acusou o Irão de responsabilidade no ataque que condena "energicamente" adiantando que o país está a "coordenar com países aliados medidas de resposta adequadas, a determinar".
"O embaixador de Teerão em Bucareste foi chamado de urgência ao Ministério dos Negócios Estrangeiros", destaca o comunicado.
"Tendo em conta os aspetos apresentados por parceiros internacionais da Roménia em relação ao facto de o ataque ter sido deliberado e coordenado pelo Irão, a Roménia pede às autoridades iranianas explicações imediatas", indica ainda a nota.
"O ataque contra um alvo civil, com perda de vidas e de importantes danos materiais, não tem qualquer justificação e deve ser condenado energicamente a nível internacional", conclui o comunicado.
A posição da Roménia foi igualmente demonstrada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros do país, Bogdan Aurescu, através de uma mensagem publicada na conta que mantém na rede social Twitter referindo que o país procura "junto de parceiros, uma resposta apropriada".
Desta forma, o governo romeno junta-se aos Estados Unidos, Reino Unido e Israel que, nos últimos dias, responsabilizaram o Irão pelo ataque.
Entretanto, o Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico tomou a mesma medida da Roménia ao chamar hoje o embaixador de Teerão em Londres, Mohsen Baharvand, para exigir que Teerão suspenda "ações" que ponham em perigo a segurança internacional, após o ataque.
James Clevery, conselheiro diplomático para o Médio Oriente do governo de Londres, disse que Baharvand foi convocado na sequência do ataque "ilegal" cometido contra o petroleiro e que Teerão deve cessar de imediato todas as ações que ponham em perigo a paz internacional e a segurança.
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, disse domingo que os Estados Unidos "têm a certeza de que o Irão perpetrou o ataque" pelo que está em contacto com aliados no sentido de decidir os "próximos passos e determinar "a resposta adequada".
Quando foi atacado, na noite do passado dia 29 de julho, o navio "Mercer Street", gerido pela empresa do multimilionário israelita Eyal Ofer, encontrava-se a norte do oceano Índico rumo aos Emirados Árabes Unidos.
Dois tripulantes morreram, um romeno e o outro britânico.
O governo de Teerão nega as acusações que considera "infundadas".
O Irão já tinha alertado que vai responder a qualquer forma de "aventureirismo", após os Estados Unidos, Londres e Israel terem acusado Teerão de responsabilidade no ataque contra o petroleiro.
"O Irão não vai hesitar em proteger o interesse nacional", disse o porta-voz dos Negócios Estrangeiros, Said Khatibzadeh, através de um comunicado acrescentando que o país vai responder "de forma imediata e decisiva a qualquer aventureirismo".
Lusa