“É triste ver aquilo que se passa no Aeroporto da Madeira”
Timóteo Costa, recordista de aterragens na Madeira, diz que Porto Santo pode ser uma solução de recurso, mas acredita que o problema está nos limites que ainda vigoram no aeroporto.
O comandante Timóteo Costa, recordista de aterragens no Aeroporto da Madeira, considera que é necessário encontrar uma solução que garanta a operacionalidade da pista de Santa Cruz.
O piloto, agora reformado, revelou que vai assistir ao Fórum que se realizará amanhã, em Machico, promovido em parceria com o JM e a ACIN iCloud Solutions, no qual será apresentada a proposta da Ordem dos Engenheiros Técnicos para dotar a Madeira de uma alternativa ao aeroporto.
“É preciso encontrar uma solução para quando as coisas correm mal no Aeroporto da Madeira”, afirmou ao JM. “É triste ver aquilo que se passa no aeroporto, e a situação em que ficam os passageiros.”
No entanto, o antigo comandante da SATA, que conta com cerca de 8 mil aterragens no Aeroporto da Madeira, acredita que mais importante do que encontrar uma alternativa à pista de Santa Cruz é rever os limites que atualmente vigoram.
“Este grupo está a trabalhar muito bem, mas pessoalmente, eu preferia uma solução que impedisse estas situações”, disse. Timóteo Costa faz uso de uma analogia com os fogos florestais para explicar a sua convicção. “Depois da floresta ter ardido há que tomar medidas de reflorestação, mas eu defendo que se devem procurar meios para que a floresta não arda”, afiançou.
O aumento do número de voos para a Região, e as alterações climáticas são as razões apontadas pelo comandante para justificar as várias situações de inoperacionalidade registadas nos últimos tempos. Por isso defende a alteração dos limites, considerando que o Porto Santo poderia ser uma “alternativa de recurso”.
“O aeroporto tem capacidade para resolver este problema, que na minha opinião se prende com os limites dos ventos”, afirmou. “É uma questão que tem de ser resolvida. O aeroporto da Madeira é o único no mundo que tem essas limitações fixas, e são limites que já não se justificam.”