Porto Santo aplaude proposta da Ordem dos Engenheiros Técnicos

Marco Milho

Idalino Vasconcelos acredita que o Porto Santo é uma alternativa viável ao Aeroporto da Madeira. Há, no entanto, obstáculos que têm de ser ultrapassados, admite.

O Porto Santo aplaude a solução proposta pela Ordem dos Engenheiros Técnicos (OET), para dotar a Madeira de uma alternativa ao aeroporto, que será apresentada esta terça-feira, num Fórum que se realizará em Machico, promovido em parceria com o JM e a ACIN iCloud Solutions. Vista como uma forma de consolidar a ilha no mapa turístico, e ao mesmo tempo resolver um problema que tem afligido com alguma frequência a Região, a solução representa um desafio aliciante, que agrada a autarquia.

Contactado pelo JM, Idalino Vasconcelos, presidente da Câmara Municipal do Porto Santo mostrou-se confiante na aceitação de uma proposta que vê como “uma mais-valia” para todos os envolvidos. “No último fim de semana tivemos cá, no Porto Santo, uma reunião com a Ordem dos Engenheiros Técnicos, na qual discutimos esta solução proposta”, referiu o autarca, revelando-se satisfeito com o resultado do encontro.

“O nosso aeroporto tem uma direção norte-sul, onde qualquer aeronave pode aterrar, em quaisquer condições atmosféricas. Isso facilitaria as operações no Aeroporto da Madeira, pois permitiria que os aviões desviados para o Porto Santo pudessem aguardar por melhores condições, ou então a transferência dos passageiros por barco para a Madeira.” Apesar da ideia ser bem-vinda, Idalino Vasconcelos reconhece algumas limitações.

“Neste momento existem alguns obstáculos que precisam de ser ultrapassados”, refere. “É preciso aumentar a placa de estacionamento das aeronaves, aumentar ou readaptar a aerogare, criar melhores condições de espera, e também melhorar o pavimento da pista.” Medidas que, segundo o autarca, são prioritárias e devem ser tomadas mesmo que a proposta não avance. “É importante melhorar as condições do aeroporto, não só para garantir uma alternativa, mas também por razões de segurança”, disse. Também a capacidade hoteleira é um aspeto que merece atenção. “Infelizmente, no inverno, ainda há hotéis a fechar”, lamentou.

“Os hotéis que temos a funcionar têm sido suficientes para alojar os passageiros que cá passam o ‘overnight’. Até ao momento não foi preciso uma alternativa, mas no verão o caso seria mais difícil, porque os hotéis estão todos cheios, já a partir de maio. Se o Porto Santo for, de facto, uma alternativa nas ligações aéreas, teremos de pensar num aumento de camas.” Para Idalino Vasconcelos, uma possível passagem pela ‘Ilha Dourada’ deve ser vista como “uma oportunidade”.

“Os passageiros têm de sentir-se beneficiados com esta alternativa”, considerou. “Não se deve olhar para isto como algo negativo, mas sim como uma oportunidade para também visitarem o Porto Santo. Por isso acreditamos que é também importante reunir esforços e apostar na melhor maneira de alojar as pessoas, além de proporcionar atividades que permitam aos turistas conhecer a ilha. Tudo isto tem de ser muito bem pensado, em conjunto com o Governo Regional, com os agentes económicos, com os operadores e todos os envolvidos. Até há pouco tempo fui agente de viagens e as pessoas que cá ficavam nessas situações não partiam tristes. Iam contentes pela oportunidade de terem estado cá e conhecido a ilha.”