Discordando da deputada do PS Tânia Freitas, Dinarte Fernandes considera que não é "propriamente mau que se pratique uma agricultura recorrendo à mecanização da mesma".

"Não é negativo porque os agricultores, aqueles que querem viver efetivamente da agricultura têm de seguir o caminho empresarial e, obviamente, para conseguir entrar lucro das suas produções e do seu trabalho precisam de recorrer à mecanização da agricultura", referiu, lembrando que o concelho tem características para o efeito, especialmente nas freguesias de São Jorge e Santana.

O autarca diz, porém, ser necessário que se pense em termos de ordenamento de território a agricultura que queremos fazer no concelho, sendo para isso importante a criação de um plano estratégico para a sustentabilidade agrícola e também florestal.

"Temos manchas de terreno que não são propriamente manchas que ficam na floresta Laurissilva, mas que ficam em floresta que está ocupada por eucaliptos, entre outros, e são zonas propícias à agricultura onde existe levada - fator importante - onde é possível recorrer a esses terrenos para a mecanização da agricultura", notou.

Na sua intervenção, mencionou ainda que há pessoas que conseguem comprar parcelas de terreno em Santana de forma a conseguirem formar parcelas grandes para a prática agrícola recorrendo à mecanização da mesma.

"Portanto, é necessário pensarmos e, enquanto responsável pela Câmara, sei que temos essa responsabilidade de ter um plano estratégico que possa desembocar depois num documento que um investidor, um agricultor ou alguém que venha de fora possa chegar cá e saber onde é melhor investir numa determinada pratica da agricultora", sustentou, revelando que Câmara Municipal de Santana vai anunciar em breve uma medida neste sentido.

O envolvimento dos jovens com a agricultura foi também um dos temas abordados pelo edil, o qual apela aos professores para que levem os alunos a conhecer explorações agrícolas.

"A única forma de incentivarmos os jovens a seguir a agricultura é mostrando que a agricultura pode ser uma atividade diferente da imagem que temos do agricultor que anda sujo todo o dia e com pouca formação. Mas pode ser diferente e, de facto, são cada vez mais aqueles que têm formação e seguem a prática agrícola e para os jovens terem interesse na agricultura", rematou.