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Jornadas Madeira: "Em vez de tentarmos exportar um produto de excelência para fora, temos é de mantê-lo cá dentro", diz Dinarte Fernandes

JM-Madeira

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Data de publicação
20 Abril 2023
12:30

Dinarte Fernandes, presidente da Câmara Municipal de Santana, entende que a Madeira não tem "escala" nem capacidade para competir com outros territórios, considerando que em vez de a Região exportar os seus produtos de excelência deve, por outro lado, mantê-los cá dentro.

Iniciando o seu discurso nas Jornadas Madeira, o autarca começou por abordar a questão e a problemática atual em torno da cana de açúcar. "Não temos escala para competir com origens que têm terrenos maiores e formas de produzir mais intensivas e, portanto, estamos a tentar competir com origens com as quais não temos mesmo hipótese nenhuma", notou.

Nesse sentido, o autarca deu como exemplo a quantidade de cana sacarina que Cuba produz em relação à Madeira, considerando "óbvio" que a cana regional tem de ser "exatamente a mais cara ou pelo menos das mais caras do mundo", tendo em conta que não tem "escala, terrenos e forma de produzir uma quantidade" para depois colocar a cana a preços competitivos no mercado.

"A questão aqui é: Será que a falta de escala é um problema ou uma oportunidade? É porque tudo aquilo que ouvimos aqui hoje percebemos que a diferenciação dos produtos é aquilo que faz com que possamos oferecer a quem nos visita um produto único, gourmet", afiançou.

"A falta de escala deve levar-nos a pensar que em vez de tentarmos exportar um produto de excelência para fora, temos é de mantê-lo cá dentro", reforçou, notando que os turistas são cada vez mais exigentes. E não se ficou por aqui no que toca ao rol de exemplos elencados.

"Será que daqui a uns anos haverá lapas para servir aos turistas? Mas estamos interessados em exportar a lapa. Exportar aquilo que temos de melhor. E, portanto, não é com esta lógica, tratando um território que não tem escala, nem capacidade de competir com outros territórios e exportando aquilo que temos de melhor", defendeu ainda.

Dinarte Fernandes lembrou também a dificuldade que há atualmente em encontrar uma anona que seja "bonita para o cliente", do ponto de vista da apresentação. "Há dificuldades nesse sentido neste momento, e, portanto, todos os aconselhamentos técnicos que se possam dar aos agricultores e todas as soluções que se possam encontrar para as pragas na anona todo esse apoio será importante", sublinhou, defendendo mais incentivos.

Já sobre a perda de agrodiversidade, o autarca entende que a problemática se deve ao facto de o produto da região não ser ainda considerado gourmet. "Se o agricultor não sente que o seu produto depois vai ser vendido no mercado a um valor mais convidativo, não podemos incentivar e obrigar o agricultor a produzir um produto que seja gourmet. Temos é de ter um mercado preparado para que o agricultor sinta que vale a pena produzir esse produto", remata.

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