Questionando sobre como perspetiva o ano de 2023 face à atual conjuntura internacional, Paulo Pereira, presidente da delegação regional da Ordem dos Economistas, reconhece que vão haver setores e famílias que passarão por extremas dificuldades, enquanto outros poderão continuar a ser bem-sucedidos.
No entanto, no entender do economista, a população madeirense e os empreendimentos que desta dependem vão sentir os efeitos da crise que se sucede.
"O desafio para o próximo ano vai ser ver como se vai comportar o mercado imobiliário e a questão do turismo. Nos restantes setores, tudo o que depender do consumidor madeirense vai sentir grande dificuldade e o madeirense vai continuar a perder imenso poder de compra", frisou, em declarações no Fórum ‘Economia e Negócios em 2023’, que decorre esta manhã no JM.
Sobre o setor do turismo, Paulo Pereira alerta que os "europeus vão ficar mais pobres", antevendo que "quando estamos mais pobres cortamos nas férias".
Assim, afirma ser importante perceber se a Madeira vive efetivamente do turismo mais sénior ou do turismo mais jovem que se fez notar nos últimos anos.
Todavia, a este propósito, realçou ter dúvidas de que os viajantes mais jovens sejam efetivamente o turista standard do arquipélago madeirense.
Já relativamente ao setor imobiliário, o responsável também prevê algumas mudanças e incertezas.
"Há muito stock imobiliário que está na mão de intermediários, como especuladores e investidores, que estão a contar vender. Vai ser importante perceber se a Madeira é um destino final dos compradores de alto rendimento. Vai ser curioso ver", disse.
Edna Baptista