A comentadora residente do 'Política 5.0', programa político da rádio 88.8 JMFM, analisou os resultados das Eleições Legislativas Nacionais.

Para Rubina Berardo, ao nível nacional, assistimos a "uma votação pela estabilidade política parlamentar, que acaba por cimentar António Costa, mas desta vez com quatro anos no poder e com uma maioria absoluta onde não tem de fazer cedências quaisquer a parceiros júnior".


A comentadora chamou ainda à atenção para "a revolução do panorama parlamentar nacional em relação ao resultado eleitoral da Iniciativa Liberal e também do Chega, e do perigo que isso significa, o terramoto da CDU e do BE, bem como o eclipse do CDS de Chicão".



Já no que concerne à Madeira, Rubina Berardo diz que houve uma "votação pela estabilidade da da representação e do equilíbrio parlamentar", com três deputados tanto para a coligação PSD/CDS como para o PS, ainda assim considera que o PS-Madeira não deve recolher os 'louros' pela eleição de três parlamentares.

"O PS-Madeira pode bem cantar vitórias ao nível regional, mas os 31% que consegue alcançar são uma vitória clara do candidato António Costa e nunca poderá ser da estrutura regional que está dividida e que tem um líder demissionário", assinala.



Relativamente à coligação Madeira Primeiro, e concretamente ao PSD, Rubina Berardo diz ser necessário reflexão e rejuvenescimento ideológico.


"A coligação consegue manter os seus três deputados face a uma maioria absoluta nacional, e até é algo de ressalvar, contudo demonstra também que as coligações não são sempr, uma soma automática dos resultados individuais, porque os dois partidos tiveram mais votos sozinhos em 2019 do que juntos em 2022", afirma, adiantando ainda que "é muito importante olhar para o que aconteceu em possíveis transferências de voto do PSD e CDS, muito provavelmente, para a Iniciativa Liberal e para o Chega e o que isso significa para as próximas Eleições Regionais".


"Eu como militante do PSD, desejo que o meu partido realize ativamente uma clarificação e um rejuvenescimento ideológico para conseguir se apresentar ao eleitorado, claramente, sobre aquilo que é e não simplesmente como uma alternativa ao Partido Socialista e a António Costa. O PSD-Madeira tem que fazer parte ativamente dessa reflexão e renovação, algo que não é novo para o próprio PSD-Madeira", finaliza Rubina Berardo.

Hélder Teixeira