Madeira «dá cartas» no mercado das energias renováveis

Cláudia Caires Sousa

A Região deu, hoje, mais um passo importante na área das energias renováveis com a inauguração de uma nova unidade industrial da empresa Madeira Biomass Energy (MBEZF), sediada no Centro Internacional de Negócios da Madeira, na Zona Franca, no Caniçal.

Jorge Magalhães, um dos responsáveis pela fábrica, que opera ao nível da produção de estilha e pellets, disse que «não há, em Portugal, nenhuma unidade com estas características», tornando a Região «pioneira» neste tipo de tecnologia.

«A Madeira dá cartas ao resto do País e até mais», realça, vincando o «impacto positivo» bem como o «aumento de valor» que esta unidade proporciona numa atividade que é essencial para a prevenção dos fogos florestais, ou seja, a limpeza das matas.

«Vamos usar biomassa de muitas fontes, mas sobretudo de resíduos florestais que é um assunto pertinente, neste triste momento que o País atravessa», disse, referindo-se aos incêndios que fustigaram a região centro de Portugal, na semana passada. Nesse sentido, explica Jorge Magalhães, «estão a ser dados passos para que tragédias dessas não se repitam».

A Madeira Biomass Energy tem capacidade para produzir estilha na ordem das 10 mil toneladas por ano, situando-se, neste momento, nas 3.500. Até ao momento, a fábrica criou três postos de trabalho, que serão reforçados quando a produção atingir o marco das 5 mil toneladas por ano.

Na cerimónia de inauguração, que decorreu esta tarde, marcou também presença o presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, acompanhado por Eduardo Jesus, secretário regional da Economia, Turismo e Cultura.

Na ocasião, o chefe do executivo madeirense disse que «a produção da estilha através da biomassa vai permitir, mais uma vez, diminuir a nossa dependência dos combustíveis fósseis, que tem custos elevados para a Região e para as empresas». Sublinhou, também, que este é um investimento importante para a criação de postos de trabalho, «com efeitos multiplicadores na economia, em particular, do Caniçal».

No final da sua intervenção, realçou ainda, que irá promover esta unidade, que «nos termos e condições que está a operar é muito importante para o equilíbrio ambiental da Região, para a diminuição do seu déficit energético e também para iniciar, de uma vez por todas, a limpeza efetiva das serras, com benefícios para os próprios operadores».