Dia do Empresário: “o problema é que o Estado parou em 1964”.
O presidente do Governo Regional também está na abertura formal do Dia do Empresário Madeirense, que se desenrola ao longo da tarde desta sexta-feira, no Centro de Congressos da Madeira, sob a temática ‘O Cluster da Macaronésia”.
Com casa literalmente cheia, na sua intervenção, Miguel Albuquerque fez a devida ressalva para “agradecer aos empresários pela forma inteligente e determinada como ultrapassamos a crise da covid”, realçando que “a parceria estabelecida, aquando da maior crise de saúde publica, foi decisiva para arrancarmos para um ano de 2021 excecional e um ano de 2022 ainda melhor”, disse.
Simultaneamente, “queria dizer que o Governo Regional é um parceiro dos empresários, tem como função essencial auscultar e tomar as decisões levando em linha de conta os seus anseios”.
“Nós na Madeira não temos a visão de que a economia começa e acaba no Estado. O papel do Governo Regional é favorável às empresas”, lamentando que “em pleno século 21 haja ainda quem pense que a economia deve ser dirigida pelo Estado”.
De seguida, o líder do Executivo madeirense partilhou com a plateia as principais bases da sua governação, dividindo-as em oito pilares, que, assegurou, o seu Governo não abdica e garante que não será alterada.
Ou seja, “a prosperidade económica só possível com governos estáveis e coesos, colocando junto dos agentes económicos aquilo que pretendem”, possibilitando “previsibilidade e planeamento”, que exige, então “uma estabilidade política que no quadro governativo, parlamentar e autárquico esteve e está garantida neste ciclo”;
“Andar aos zigue zagues no dia a dia não dá bons resultadso”, destacou.
O “crescimento económico” é outro dos pilares e bandeiras da Quinta Vigia. “Após a maior crise de sempre da história da Madeira, todos soubemos estra à altura da situação”. A “Madeira fez um empréstimo sem aval do Estado, que se recusou a dar aval, fomos ao mercado da banca buscar 458 milhões de euros e utilizamos todos os mecanismos na preservação do emprego e crescimento da economia”.
Depois de um atalho para criticar “os que mentem sistematicamente e vão aos tribunais tentar conseguir aquilo que não conseguem alcançar na política”, Albuquerque garantiu que “os empresários receberam ajuda quando precisaram”.
Elencou outro dos pilares, catalogando como essencial “a captação de investimento estrangeiro”, condenando a intenção de Lisboa em encerar o programa de vistos gold, atestando com os números do crescimento.
“Tivemos 9,6 milhões de dormidas em 2022, com proveitos na ordem dos 528 milhões de euros”, mas o certo é que o “setor imobiliário cresceu até os 841 milhões de euros, tendendo a chegar aos mil milhões em 2023”,
A surpresa para Albuquerque, não nos números, mas sim no espaço de tempo dessa subida alucinante, veio das tecnologias, onde “aquilo que previ para cinco anos vai sendo antecipados e em 2021 tivemos um volume de negócios de 521 milhões de euros”, isto com “419 empresas e 2.000 funcionários”.
Outro pilar, é “a manutenção do investimento publico. Somos um Governo que tem a noção de ser essencial manter o investimento, e o maior do país está na Madeira, com 350 milhões de euros no novo hospital, diretamente ligado à universidade na investigação e nos curos de medicina”.
Lembrou também o investimento na habitação e os 100 milhões nos recursos hídricos”, recuperando também “a mais baixa taxa de desemprego dos últimos 14 anos”, daí resultando “uma diminuição dos valores de subsídios”, aqui frisando que “não é com esmolas que se fazem política sociais”.
Essencial para Albuquerque é também a política de redução fiscal, para as empresas e para as pessoas, aqui entroncando num outro pilar que é a “coesão social” sendo de vital importância para “mantermos as nossas democracias liberais e evitarmos populismo, à esquerda e à direita”.
Exaltou, também que “na Madeira temos estabilidade e paz social”, deu o exemplo da classe docente está feliz porque “receberam aquilo a que tinham direito, os professores estão motivados e os madeirenses sabem que os seus filhões recebem uma educação de qualidade”.
Por último, naquele que disse ser o “meu último discurso perante os empresários neste governo”, respondeu diretamente a Veiga França.
O presidente da ACIF defendera que o Porto Santo deveria ser o ‘Madeira + 1’ em termos de alternativas ao aeroporto, pedindo um ferry mais rápido e obras no Caniçal, mas Albuquerque insistiu que o problema está nos limites do vento, “fixados em 1964, com aviões de 1964 e um aeroporto de 1964, pedindo atualizações para 2021, mas deteta um grande entrave: “o problema é que o Estado parou em 1964”.