“Nós estávamos fartos e isto permitiu-nos descansar. Estávamos cansados de ouvir bocas. Preferimos sair para ficar descansados”. Paulo Prada, presidente da Sociedade de Desenvolvimento da Madeira (SDM) – empresa concessionária do Centro Internacional de Negócios da Madeira (CINM) - explica assim a venda da empresa por 7,3 milhões de euros como “um negócio azedo”.

Ontem, durante uma audição na comissão parlamentar de inquérito da Assembleia Legislativa sobre ‘o contrato de concessão de serviços públicos denominado Administração e Exploração da Zona Franca’, Paulo Prada disse ainda que o Grupo Pestana não tem interesse numa nova concessão.

“Não creio que o Governo vá lançar um concurso nos próximos tempos, mas se o fizer o Grupo Pestana não está a pensar concorrer. Só num cenário extremo iríamos a jogo”, garantiu.

O presidente do conselho de Administração da SDM adianta que o Grupo Pestana não ficou satisfeito com o valor da venda. “Nós não ficamos satisfeitos com o valor, eu até costumo dizer aos meus amigos que foi um preço de ‘black Friday’", sublinhou no Parlamento.

Visivelmente agastado com as críticas à concessão, Paulo Prada considerou que o mais importante é a sobrevivência da SDM e do Centro Internacional de Negócios. ”Nós fizemos esta criança crescer e temos carinho. Quisemos uma solução para não se arrastar nos tribunais. Por isso, vendemos”, frisou.

Por Patrícia Gaspar