O valor das rendas em Portugal tem estado no centro do debate público, impulsionado por exemplos que apontam para casas a 2.300 euros. No entanto, os dados dos últimos três meses do Imovirtual mostram que casas com esse valor ou superior corresponde apenas a uma pequena fração da oferta nacional. A análise do portal revela que mais de 90% das casas disponíveis para arrendamento em Portugal têm rendas inferiores a 2.300 euros, refletindo uma realidade mais ampla e diversificada.

A maior parte da oferta de arrendamento em Portugal situa-se abaixo dos 2.300 euros, ainda que existam diferenças relevantes entre distritos. O estudo indica que em Lisboa, 79 % das casas disponíveis estão abaixo deste valor — o que significa que é aqui que se concentra a maior fatia das rendas mais elevadas. Já no Porto, essa proporção sobe para 94%, e em Setúbal para 93%. Nos restantes distritos do país, o peso da oferta mais acessível é ainda maior: em Braga, Coimbra, Leiria e Aveiro, mais de 98% dos imóveis anunciados têm rendas inferiores a 2.300 euros.

Esta análise evidencia que o mercado português é composto por realidades muito distintas. Enquanto Lisboa continua a concentrar as rendas mais elevadas, o restante país mantém uma oferta considerável de imóveis com valores mais acessíveis, o que demonstra que a média nacional esconde fortes assimetrias regionais.

Segundo Sylvia Bozzo, Marketing Manager do Imovirtual, “os dados mostram que, embora a maioria da oferta se situe abaixo dos 2.300 euros, estes continuam a ser valores muito elevados para a maioria das famílias. O mercado de arrendamento mantém-se pressionado, sobretudo nas grandes cidades, refletindo os desafios de acessibilidade e a necessidade de soluções mais equilibradas entre rendimento e habitação.”

Distritos como Castelo Branco, Guarda e Viseu apresentam 100% da oferta com rendas abaixo dos 2.300 euros, enquanto Faro (88%) e Madeira (82%) surgem como exceções, refletindo o impacto do turismo e da procura internacional.