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CGD teria “imediatamente parte estrangeira” se fosse privatizada - Paulo Macedo

Data de publicação
25 Março 2024
18:10

O presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Paulo Macedo, afirmou hoje, em Braga, que o banco público, se fosse privatizado, ficaria imediatamente com uma “parte estrangeira”, por falta de capitais suficientes em Portugal.

“Há quem diga que a Caixa devia ser privatizada. A consequência de a Caixa ser privatizada é que imediatamente passava a ser uma parte estrangeira, porque não há capital suficiente em Portugal para pôr 10 biliões de euros ou qualquer coisa que a Caixa tem de capitais próprios”, referiu.

Na abertura de mais uma edição dos Encontros Fora da Caixa, Paulo Macedo admitiu que Portugal precisa de mais investimento estrangeiro, porque tem “uma insuficiência de capitais próprios”.

Paulo Macedo destacou o “primeiro lugar” da CGD nos testes de stress europeus, sublinhando que este é um desempenho “impensável” desde sempre para um banco europeu.

“A Caixa, felizmente, não apresentou só bons resultados (...), mas conseguiu também ter o melhor lugar em termos de reputação e conseguiu ter o primeiro lugar em termos de stress de testes dos bancos europeus, que era uma coisa impensável aqui há três anos, ou 10, ou 15 ou 20, ponham o prazo que quiserem. Nunca ninguém julgou que um banco português ficasse no primeiro lugar, ao mesmo tempo que consegue subir os seus ‘ratings’ [notações]”, vincou.

A Caixa Geral de Depósitos teve lucros recorde de 1.291 milhões de euros em 2023, mais 53% do que os 843 milhões de euros obtidos em 2022.

Num encontro sobre o tema “Inteligência Artificial: o motor para a próxima revolução industrial?”, o presidente executivo da CGD disse que a IA “potencia uma visão de 360.º dos clientes”, podendo assim significar “ganhos relevantes nos serviços prestados pela banca”.

“Temos de fazer uma combinação virtuosa entre tecnologia e talento”, referiu, sublinhando que vê a IA como “uma questão de suporte na estratégia da empresa”, que pode ajudar a simplificar processos e reduzir custos e conduzir a “decisões mais informadas”.

A CGD tem uma base de três milhões de clientes, cerca de 20% dos quais da chamada “geração Z”, ou seja, nascidos entre o início dos anos 90 e 2001.

Como se lê na página do banco público, em causa estão os chamados “nativos digitais”, que são “naturalmente hábeis com as tecnologias, e sentem até dificuldades em estar offline”.

“Sendo uma geração marcada pelo virtual e pelo imediatismo, têm hábitos diferentes das anteriores. Por exemplo, podem preferir comunicações à distância às reuniões presenciais e ter alguma dificuldade em cumprir horários pré-estabelecidos”, referem.

Por isso, Paulo Macedo diz que a Caixa tem de saber usar a tecnologia para servir os clientes e os colocar “no centro do seu negócio”.

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