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Madeirense diz que o mundo esqueceu os jovens que enfrentaram a repressão na Venezuela

JM-Madeira

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Data de publicação
18 Abril 2023
11:51

Seis anos após as manifestações anti-regime, que em 2017 causaram entre 130 e 150 mortos na Venezuela, Maria José Castro, descendente de madeirenses, considera que a comunidade internacional se esqueceu dos jovens que enfrentaram a repressão.

"São rapazes que estão na rua, que foram esquecidos. Muitos deles estão em total abandono. Lutaram (nas ruas) em 2017 e conseguiram com essa luta chegar ao Tribunal Penal Internacional (TPI). Essa luta deveria ter sido mais reconhecida a nível internacional", disse a portuguesa que ficou conhecida localmente como "senhora liberdade", após enfrentar e fazer parar uma viatura militar, numa manifestação em Caracas.

Segundo Maria José Castro, estes rapazes e raparigas "são heróis" que conseguiram que em algum momento "o mundo olhasse" para o que acontecia na Venezuela.

"Não se pode apagar tantas violações (dos Direitos Humanos), tanto sangue derramado. Eu os tenho visto. Ainda hoje encontrei uma rapariga (…) que me disse que perdeu o contacto com os amigos, porque foram embora do país e que outros estão a passar grandes necessidades", explicou à agência Lusa.

Segundo Maria José Castro, as manifestações de 2017 foram "uma batalha, não para conseguir objetivos pessoais, mas por um objetivo comum, o de libertar a Venezuela".

"Já passaram seis anos desde essa batalha e agora é que o Tribunal Penal Internacional está a reagir. Não creio que seja justo", lamentou.

Por outro lado, explicou que "nunca sentiu medo" e que quando foi à manifestação deteve "uma tanqueta (viatura militar), estava determinada a fazê-lo, sabia o que estava a fazer".

"Nada acontece por acaso, nada no mundo é por acaso. Temos de compreender que estamos num eterno processo evolutivo, que o nosso dever é melhorar, e quando se melhora, estamos obrigados a ajudar os outros a melhorar", frisou a lusodescendente.

Maria José Castro considerou ainda que "as ameaças, a perseguição" continuam. "Mas o que mais me magoa é o esquecimento do que aconteceu. Quantos mortos, quanto sangue foi derramado, quanta dor, quantas pessoas perderam não só o seu tempo, mas também os seus filhos que ali ficaram".

"As pessoas esquecem-se facilmente e na Venezuela estão a tentar apagar todos os vestígios de luta", disse.

Sobre o futuro do país, perspetivou que o que se avizinha uma luta mais do que física, será moral e espiritual, mas necessária para ir a um novo nível.

Seis anos depois das manifestações, Maria José Castro acaba de iniciar um novo empreendimento no país, um centro de massagens e de tratamento espiritual em El Hatillo, no sul de Caracas.

O objetivo das massagens, dom que diz ter herdado da sua avó, Maria Méndez, na Ponta do Pargo (Madeira), é curar a alma, corpos e mentes, do horror que se tem vivido, não só na Venezuela, mas em todo o mundo", disse, precisando que é preciso "um novo amanhecer, com mais paz no mundo, união, compreensão e perdão".

Redação / Lusa

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