Miguel Silva Gouveia, conhecido sócio do Marítimo, condena, hoje, o silêncio da direção do clube, entendendo que o elenco liderado por Rui Fontes "deveria, no mínimo, colocar o seu lugar à disposição e convocar uma assembleia geral de sócios".
Para o adepto, tal silêncio de uma direção que está a trabalhar há pouco mais de um ano e meio não é um "bom pronúncio".
"Porque quem trabalha e tem a responsabilidade de gerir seja o que for, tem que ter os cenários todos previstos. (…) Este silêncio demonstra que não havia sequer na cabeça de quem está a gerir de o Marítimo esta possibilidade de descer de divisão. Isso admite-se para nós, sócios, para quem vai o estádio, que tem de ter sempre aquela réstia de esperança e apoiar até ao fim das suas forças. Mas quem tem um papel de gestão tem que ter racionalidade e a cabeça fria para perceber a cada instante o que é que deve fazer para que o Marítimo não fique num desnorte", afirmou o maritimista, em declarações aos microfones da 88.8 JMFM.
Miguel Silva Gouveia afirma-se, assim, "assustado" com esta postura, justamente por considerar que nesta altura o imperativo é "precisar como vamos conseguir colocar o Marítimo de novo na primeira divisão" e não principiar uma "caça às bruxas".
"Isso já devia estar a ser trabalhado por quem tem responsabilidades diretivas, porque essa possibilidade foi real infelizmente", lamentou, revelando estar "abalado" e "descrente", uma vez que viveu "praticamente a vida toda com o Marítimo na primeira divisão".
"Tenho dois filhos que só que só souberam ver futebol com Marítimo de primeira divisão e que ontem estavam devastados", afirmou.
É neste sentido que o maritimista sugere que o foco seja no futuro, daí que considere que, no mínimo, a direção dos verde-rubro "coloque o lugar à disposição" e convoque uma assembleia geral para explicar aos sócios o que se passou.
"A gestão desportiva não foi a mais feliz. Confirmou-se que não foi, mas noutras áreas acho que funcionou bem e tiveram um papel de relevo na ligação aos sócios e nível da comunicação, que melhorou bastante. Nota-se que o Marítimo está muito mais ágil nessas matérias e até as infraestruturas foram melhoradas", reconheceu, mas sublinha ser "inequívoco" que a gestão desportiva "fracassou".
"É preciso das explicações e prestar contas aos sócios do Marítimo. Não deve ninguém estar agarrado aos lugares, até porque o Marítimo não é de uma pessoa só. O Marítimo é dos seus sócios e são esses que devem decidir o futuro do Marítimo", concluiu.
Edna Baptista/Flávio Matta