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Artigo de Opinião

O que é, afinal a Liberdade? Uma palavra? Um conceito? Um direito? Uma conquista?  A Liberdade é sempre algo parcial e quando penso nessa parcialidade vem-me à memória uma frase da jornalista brasileira Martha Medeiros: “O máximo de liberdade que podemos almejar é escolher a prisão em que queremos viver”. E essa escolha pode ser variada, ter mil nuances. Um país onde não nos apetece viver mas que não conseguimos abandonar, um emprego indesejado que não largamos por comodismo ou receio, uma escolha política que não nos agrada mas para a qual não vemos, ou pensamos não haver alternativa. Uma decisão tomada de posição contravontade apenas para não ferir ou desagradar terceiros.

Mas, e voltando à frase de Martha Medeiros, hoje vivemos tempos completamente avessos à “nossa escolha de Liberdade”. Somos forçados a trocar de hábitos. Impuseram-nos regras que violam as nossas próprias regras. Mudaram, violentaram os nossos programas de vida. Trocaram-nos as ideias, baralharam-nos conceitos antigos que nos foram ensinados ao longo de dezenas de gerações. Subverteram a ordem natural das coisas que faziam girar o mundo. Obrigaram-nos a praticar actos com os quais nunca sonhámos, desenharam imagens de um mundo pintado, ou será antes, criado por estranhos que passou a ser, obrigatoriamente, o nosso.

Hoje, vivemos num mundo onde já não temos liberdade para ser livres.

Coartaram-nos a Liberdade e liberdade não é uma oferta, é uma conquista, como diz Paulo Freire “Liberdade exige permanente busca. Busca permanente que só existe no acto responsável de quem a faz. Ninguém tem liberdade para ser livre: pelo contrário, luta por ela precisamente porque não a tem. Ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho, as pessoas se libertam em comunhão” e hoje a comunhão entre pessoas está formatada por regras, proibições, limitações e delimitações, por restrições, balizamentos, subjugações.

E de novo “regresso” a Martha Medeiros quando diz  “O máximo de liberdade que podemos almejar é escolher a prisão em que queremos viver”. Quando nos impõem “prisões” retiram-nos a liberdade de escolhermos as grilhetas com que nos queremos prender.

Prenderam o nosso direito à Liberdade.

Confinaram a nossa Liberdade e a Liberdade não pode ser confinada.

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