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Artigo de Opinião

Bispo Emérito do Funchal

24/01/2021 07:00

Celebra-se de 18 a 25 de janeiro deste ano a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos que, nesta oração, une países de todo o Universo. O Papa Francisco pede para orarmos em conjunto, nestes sete dias, para que se cumpra o desejo de Jesus Cristo que todos sejam "só uma coisa". A "unidade é sempre superior ao conflito", disse o Papa na recitação do Angelus, na Biblioteca do Palácio Apostólico com transmissão online, devido à epidemia do Covid que aflige tantos países do mundo, incluindo a Itália e não poupando Portugal. Nesta ocasião o Papa referiu-se também para que o aprofundamento do diálogo entre os católicos italianos e os judeus continue e se intensifique, dizendo: "Alegro-me com esta iniciativa que acontece entre estes dois países há mais de 30 anos, desejando que dê abundantes frutos de fraternidade e de colaboração".

Como era costume entre os Papas anteriores, o Papa Francisco estará presente a 25 de janeiro na Basílica de São Paulo Extramuros para a recitação de Vésperas, com representantes das igrejas e comunidades cristãs presentes na cidade de Roma. Foi em relação com esta data que o Papa São João XXIII, a 25 de janeiro de1959, anunciou ao mundo a realização do Concílio Vaticano II que tantos frutos trouxe à unidade das igrejas.

O Oitavário pela Unidade da Igreja começou a ser celebrado em 1908, por iniciativa de um presbítero anglicano norte americano Paul Wattson que, mais tarde, se converteu ao catolicismo. O Papa Francisco está de facto comprometido com as iniciativas de oração pelo ecumenismo que, no dia 20 de outubro do ano passado, participou num encontro ecuménico promovido pela Comunidade Católica de Santo Egídio em Roma, pedindo para que os cristãos sejam "mais unidos e mais fraternos, rejeitando a indiferença perante quem sofre."

A reflexão que este ano vai mobilizar milhões de cristãos na Semana de Oração pela Unidade, foi elaborada pelas monjas da Comunidade Ecuménica de Grandchamp, na Suíça. O tema deste ano reza: "Permanecei no meu amor e produzireis muitos frutos," palavras do evangelista São João, apelando à "reconciliação e unidade na Igreja e na família humana". A Comunidade Monástica de Grandchamp, perto do lago de Neuchâtel, na Suíça, tem 50 irmãs de diferentes gerações, tradições eclesiais, países e continentes, com visitantes e voluntários que procuram este mosteiro para um "tempo de retiro, silêncio, cura em busca de um sentido de vida"

Num "Guia Prático" para os Bispos, um Vademecum Ecuménico, com indicações para o diálogo entre as comunidades cristãs e participação na vida sacramental, em particular a Comunhão eucarística, num texto aprovado pelo Papa Francisco, sublinha que "uma verdadeira comunhão com outros cristãos através do "Batismo Comum, mas admite que a questão de administrar e receber os sacramentos, e especialmente a Eucaristia, nas celebrações litúrgicas de cada um, permanece uma área de tensão significativa".

Para São John Newman, o meio termo que garante a ligação entre os dois elementos da consciência e da autoridade é a verdade. O Cardeal Ratzinger, futuro Papa Bento XVI, interpretando Newman escreve: "A voz da verdade não é algo imposto de fora, porque, como tinha referido perspicazmente Santo Agostinho, o sentido do bem foi gravado em nós... A verdadeira "novidade específica" do cristianismo é que a verdade encarnou numa pessoa, Jesus Cristo, e se tornou ao mesmo tempo, misericórdia, perdão e reconciliação."

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