Achille Varzi e a sedutora alemã (I)
Um piloto extraordinário, tão veloz quão cerebral, com a frieza necessária para não errar... Mas, foi fora das pistas, que acabou por diminuir o brilho da sua carreira, desde início vencedora, por um amor proibido...
Italiano e de uma família que fez fortuna no comércio de tecidos, desde jovem começa a competir nas motos – à imagem do seu irmão mais velho – como o seu amigo e eterno rival de uma vida, nas pistas, o Tazio Nuvolari.
Tem sucesso e é campeão de Itália, em diferentes categorias e no fim dos anos 20, inicia a sua ligação aos automóveis de competição... Com os franceses da Bugatti – obras de arte da autoria do italiano Ettore Bugatti – onde faz equipa com o seu amigo Nuvolari que o desafia a unir forças. Mas, este último, tem melhores resultados e talvez por essa razão, Varzi ruma à equipa da ALFA CORSE, a equipa de fábrica – pilotando as esculturas mecânicas do genial Eng. Vittorio Jano – onde a partir de 1930 tem como colega de equipa, o Tazio Nuvolari... Pois. A rivalidade aumenta. Varzi venceu muitas corridas, mas Nuvolari revela-se ainda mais vencedor e audaz ao volante, ante a sua forma de pilotar mais calculista e fria, pesando mais os contras, dos possíveis excessos ao volante...
Em especial quando nas Mille Miglia de 1930, Varzi perdeu para Nuvolari, que se revela uma genial estratégia – reza a autêntica lenda, em que Nuvolari, de surpresa, ultrapassa o seu rival, que liderou a prova imenso tempo, com os faróis apagados do seu Alfa Romeo 6C 1750 Gran Sport Zagato...
Achille Varzi, decide rumar, anos mais tarde, aos alemães da Auto Union – aguarelas de um outro mago da mecânica: Ferdinand Porsche – após testes em ambas as equipas alemãs das famosas “flechas de prata". Que em crescendo, no início dos anos 30, ganham fulgor e destaque, com o financiamento de peso do III Reich de Hitler que deles faz porta-estandarte da supremacia ariana, ao ponto de estabelecer acordo, com o também governo fascista italiano de Mussolini, que consoante as provas fossem realizadas em território alemão ou italiano, venceria um piloto de igual naturalidade...
Varzi, adapta-se bem à equipa da Auto Union, tendo sucesso nas pistas e essencialmente fora delas, no campo amoroso, Varzi sempre elegante e bem vestido – como foi sempre conhecido por esses factos - sucumbe aos encantos da Ilse Pietsch. Uma bela alemã, alta como Varzi, elegante e sensual... Varzi, mantém a relação adúltera durante algum tempo escondida, até que assume a relação, mais perigosa que olio na pista, com a esposa do seu colega de equipa Paul Pietsch. A benzina está entornada e em risco de incêndio... O marido enganado e magoado Paul Pietsch, acaba por sair da equipa e terminar o seu casamento com Ilse...
Ilse, um certo dia, após um acidente grave de Varzi – do qual escapa ileso por milagre – com quem mantém um amor tórrido, após a separação – trata-lhe as mazelas e em especial as dores com... A morfina. (fim parte I)