Venezuelanos na rua pedem abertura de canal humanitário

Lusa

Os venezuelanos voltaram hoje aos protestos exigindo a abertura de um canal humanitário de ajuda ao país, para apoiar o autoproclamado presidente interino, Juan Guaidó, e enviar uma mensagem às Forças Armadas de que é precisa uma mudança.


Ao contrário do que tem acontecido até agora, que os venezuelanos marchavam até um ponto de concentração, não houve grandes aglomerados sendo visíveis em diversos pontos grupos de pessoas que responderam ao apelo de Guaidó para, durante o horário de almoço (das 12:00 às 14:00 horas) se concentrarem nos passeios das ruas.

Em Caracas, a cidade capital do país, eram visíveis grupos "modestos" de venezuelanos, protestando, em localidades do leste, tradicionalmente afetos à oposição como Altamira, Los Palos Grandes, Chacaíto, Bello Monte, El Rosal e La Califórnia, entre outros.

Na zona sul da cidade, em Santa Paula e Prados del Este, os venezuelanos bloquearam um mercado de abastecimento para exigir a ajuda humanitária.

No entanto, registaram-se maior presença de manifestantes do que anteriormente no centro e bairros populares de Caracas, tradicionalmente afetos ao chavismo, entre eles La Candelária e Montalbán (centro-oeste).

Centenas de pessoas, entre elas reformados, concentraram-se junto do Hospital J. M. de Los Ríos, (hospital de crianças e adolescentes) em San Bernardino, no centro de Caracas, gritando palavras de ordem contra o Presidente Nicolás Maduro.

Com cartazes nas mãos denunciaram que o país está em "crise humanitária" e explicaram aos jornalistas que faltam materiais médicos e "reativos" para exames de laboratório.

Houve ainda queixas sobre os "salários de fome" e os altos preços dos produtos e serviços na Venezuela, um país onde um litro de óleo alimentar custa à volta de 5,60 euros, pouco menos que um salário mínimo mensal (de 18.000 bolívares soberanos).

Os protestos de hoje fazem parte dos preparativos para uma grande manifestação que a oposição convocou para sábado, em todo o país, mas principalmente na capital, em apoio à União Europeia e ao ultimato dos líderes europeus para a convocação de novas eleições presidenciais no país.

Os protestos foram acompanhados com a entoação do Hino da Venezuela.