UNICEF pede 61 milhões de euros para crianças da Venezuela

Lusa

A UNICEF pediu hoje à comunidade internacional 70 milhões de dólares (61 milhões de euros) para ajudar as crianças afetadas pela crise na Venezuela e outras nações da região que acolhem comunidades de migrantes e refugiados venezuelanos.

Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), aquele valor faz parte do montante global de 3,9 mil milhões de dólares (3,4 mil milhões de euros) necessário para ajudar este ano 41 milhões de crianças vítimas de conflitos em todo o mundo e representa uma parte do esforço de 109 milhões de dólares (95 milhões de euros) para lidar com estas situações na América Latina.

"Estamos muito preocupados com a situação das crianças na Venezuela (...) e pedimos a todos que protejam as crianças e os adolescentes neste momento", salientou Manuel Fontaine, diretor de Programas de Emergência da Unicef, na apresentação do apelo global.

"Também trabalhamos em países vizinhos como a Colômbia, o Brasil e o Equador para ajudar as comunidades de acolhimento (de migrantes e refugiados venezuelanos) na receção de famílias e crianças que atravessam a fronteira", indicou o responsável da Unicef.

Os países da América Latina e das Caraíbas acolhem pelo menos 2,4 milhões de refugiados e migrantes da Venezuela, um "fluxo alto e imprevisível que reduz a capacidade dos países de acolhimento em serviços e infraestruturas já limitados", explicou a Unicef.

O plano de ação para 2019, apresentado hoje em conferência de imprensa, em Genebra, Suíça, visa proporcionar acesso à água potável, alimentação, educação e serviços de saúde a crianças em 59 países, assim como garantir a sua segurança.

A Unicef estima que mais de 34 milhões de crianças que vivem em situações de conflito e desastre não têm acesso a serviços de proteção infantil, entre eles, 6,6 milhões de crianças no Iémen, 5,5 milhões na Síria e 4 milhões na República Democrática do Congo (RDCongo).

"Hoje, milhões de crianças que vivem em situações de conflito ou desastre sofrem situações horríveis de violência que lhes causam sofrimentos e traumas", assinalou a diretora executiva da UNICEF, Henrietta Fiore, em comunicado.

A Unicef pretende alcançar em conjunto com os seus doadores e parceiros em 2019 objetivos como apoio psicossocial a quatro milhões de crianças, educação básica para 10,1 milhões, imunização de 10,3 milhões contra o sarampo e tratamento de 4,2 milhões de crianças com desnutrição aguda grave.

A UNICEF lamentou que, em anos anteriores, nem todas as doações solicitadas tenham sido recebidas referindo que em 2018, conseguiu apenas um terço dos fundos necessários para as crianças na RDCongo ou um quinto do que era exigido para a Síria.