Apesar de forte criticismo, a África do Sul dá as boas-vindas a navios de guerra russos que, a partir do próximo dia 17 de fevereiro, integram a ‘Operação Mosi’ (fumo), um exercício de manobras navais, até a sua conclusão, prevista para o dia 26 daquele mês.
Esta operação, de acordo com as informações apuradas pelo JM, aglutina navios da marinha de guerra chinesa, russa e sul-africana.
A decisão adotada pelo governo da África do Sul pode muito bem ser um fator de mais tensão e alienação no relacionamento com os maiores e mais importantes parceiros de negócios. A relutância da África do Sul em condenar a invasão da Rússia à Ucrânia e a decisão de permitir a atracagem de navios russos nos seus portos já provocou tensões com os EUA, Reino Unido e com a própria União Europeia, que suportam a Ucrânia no presente conflito.
O DA, maior partido da oposição, questionou a coerência da decisão de dar continuidade a estes exercícios, por gerarem a impressão de que a África do Sul não é um país neutro, mas sim de estar enviesado a um dos lados.
Este evento trazido abertamente para a Africa do Sul significa os laços muito fortes com a Rússia, muito devido ao apoio histórico durante décadas na luta pela libertação contra o ‘apartheid’ e por serem membros do grupo de nações que formam a organização BRICS.
Tentativas de contatar o deputado do partido oficial da oposição, Manuel "Manny" Simão de Freitas, para recolha de opinião, revelaram-se infrutíferas. O deputado do DA Kobus Marais disse que "isto está ser feito nos melhores interesses da Rússia" e que se trata de "um mau juízo e um embaraço".
José Luís da Silva, correspondente em Joanesburgo (África do Sul)