Consumado que está o Brexit, os estudantes madeirenses, que se aventuram em Terras de Sua Majestade, deixam de pagar o mesmo valor de propinas que os britânicos, como acontecia anteriormente.
Uma verdadeira dor de cabeça para estudantes e pais madeirenses. Após o Brexit, os jovens que se encontram a estudar no Reino Unido enfrentam maiores dificuldades e têm que desembolsar mais dinheiro para continuarem a viver o sonho de estudar em Terras de Sua Majestade.
A partir deste ano letivo tudo se alterou. Os estudantes da região que estavam ao abrigo de condições especiais por serem estudantes da União Europeia, deixam de as ter.
Como exemplo, o valor das propinas que se tornam mais elevadas uma vez que estes passam a ser considerados estudantes internacionais.
De acordo com o site "Save the Student", estima-se que os valores variem entre 9.250 e 30.548 libras (10.800 e 35.500 euros) por ano, dependendo das universidades e tipo de cursos. Os valores podem atingir umas exorbitantes 64.652 libras (75.400 euros) por ano numa licenciatura de medicina.
Além das despesas mais diretas com a educação, a saída do Reino Unido da União Europeia cria ainda outros entraves que adensam e aumenta as despesas de um cidadão estrageiro a estudar no país.
Os jovens passam ainda a pagar 470 libras (550 euros) anuais para poderem usar os serviços de saúde públicos britânicos e 348 libras (400 euros) por um visto de estudante, que pode ser válido por cinco anos.
Além disto, os estudantes europeus, incluindo os portugueses, deixam a partir deste ano letivo de ter acesso aos empréstimos do Governo britânico para pagar as propinas e outras despesas, embora existam bolsas de estudo disponíveis junto de instituições e das próprias universidades.
Nos últimos anos, Portugal tem sido dos países europeus com maior número de candidatos ao ensino superior aceites no Reino Unido, à frente da Alemanha e Grécia.
De acordo com os dados mais recentes do serviço de admissão em universidades britânicas (UCAS), até ao início de setembro, tinham sido colocados 490 estudantes portugueses, uma redução de 69% face aos 1.590 de 2020.
Marco António Sousa