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Médicos formados na Venezuela são "reconhecidos"

JM-Madeira

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Data de publicação
16 Setembro 2021
14:22

A questão dos reconhecimentos das habilitações dos médicos formados na Venezuela tem gerado muitas críticas, apelos e até revoltas. José Gomes Pereira é outra das vozes que pede que se facilite o processo em Portugal.

José Gomes Pereira emigrou com três anos para a Venezuela e, como explica, o pai deu-lhe oportunidade de estudar.

"Estudei medicina como sempre quis em Carabobo. Vivia perto da Universidade Central de Caracas mas fui para Carabobo que ficava a 1 hora e 30 minutos de casa", descreve inicialmente.

Experiência essa que segundo o médico permitiu aprender a cozinhar, entre outras coisas.

"Formei-me médico e após terminarmos a formação, temos uma regra que todos têm que seguir que é o artigo 8, ou seja, quando terminamos, trabalhamos um ano para o Estado, uma espécie de estágio e é obrigatório", continua.

É com a sua história que José Gomes Pereira sustenta a boa formação e reconhecimento que garante terem os médicos formados na Venezuela.

"Quero aproveitar que estou em território português para fazer uma pequena chamada de atenção. Tantos médico, tantos profissionais de saúde que estão, por exemplo, na Madeira. O médico venezuelano é uma pessoa bem formada e muito reconhecida. Tenho colegas que foram para o Brasil, para a Argentina, Chile, Colômbia, Espanha e são muito reconhecidos", exemplifica.

Para o madeirense, o problema está na ordem dos médicos e não no Estado.

"Há uma coisa que é incongruente, temos uma pandemia, precisamos de médicos, e estes médicos formados na Venezuela a trabalharem em restaurantes, nas obras", continua.

Mas há outra situação que salta à vista deste neurocirurgião.

"Vejo o local onde estão a fazer o hospital novo, vejo ali que será construído um hospital imenso. Às vezes penso: «Vão fazer um hospital tão grande e como é que vamos ter médicos para o encher, pessoal de saúde, enfermeiros, é uma coisa incongruente», aponta.

José Gomes Pereira considera que as autoridades portuguesas deveriam aproveitar esta oportunidade, esta quantidade de colegas de saúde que estão aqui em Portugal, qualquer que seja a profissão".

No que toca a estas situações, lembra a situação do seu irmão que regressou à Madeira há cerca de dois ano atrás.

"Eu tenho um irmão que é jornalista, esteve 20 anos a trabalhar na rádio e televisão de Caracas, produtor de muitos programas de opinião, e aqui está como jardineiro", lamenta.

Marco António Sousa

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