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Diáspora indignada com ‘fecha e abre’ britânico

JM-Madeira

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Data de publicação
05 Junho 2021
9:59

marco.sousa@jm-madeira.pt

Um revês e um amargo de boca para os emigrantes. É assim que pode ser definida a retirada de Portugal da ‘lista verde’ britânica. A decisão entra em vigor a partir da próxima terça-feira e condiciona - e muito - os madeirenses que estavam já a planear uma visita à Madeira.

Para a diáspora madeirense espalhada pelo mundo deveria, como anteriormente, haver uma “discriminação positiva” em relação ao território continental, uma vez que a Região apresenta, em média, menos de 10 casos positivos diariamente.

Há que “separar as águas”

José António Gonçalves, conselheiro das comunidades madeirenses na Europa, lembra que da outra vez, o Governo Inglês aceitou “separar as águas”.

“Não sei porque não o fizeram desta vez. A diplomacia portuguesa tem de fazer o seu trabalho e sem demoras. Enquanto o Governo Português não fizer sentir ao Governo Inglês, de uma forma diplomática mas objetiva, que os Açores e a Madeira são duas Regiões Autónomas Insulares e, por conseguinte, com especificidades distintas do território continental, nada feito”, lamenta.

Damas Branco, representante da Caixa Geral de Depósitos em Caracas considera a medida incompreensível.

“Com ilhas praticamente ‘limpas’ de Covid, como é que é possível?”, questiona, relembrando a antiga aliança com a Inglaterra.

“O problema é que a decisão está tomada. Por muito que se fale nada há a fazer e os prejudicados são muitíssimos em Portugal”, lastima.

Dependência dos ingleses

Para Damas Branco, “o problema é que o turismo em Portugal está muito dependente dos Ingleses”.

Também Manuel Coelho, conselheiro das Comunidades Portuguesas na Namíbia, foi outra das vozes críticas. O conselheiro começou por recordar os acontecimentos mais recentes.

“Há cerca de três semanas, a Inglaterra abriu o corredor verde, integrando Portugal e as praias nacionais ao turismo inglês. Os responsáveis portugueses bolsaram alegria e promessas de um verão radiante, promissor, recheado de felicidade para quem tanto sofreu com a pandemia”, lembra.

Mais tarde, defende “a notícia foi reforçada com outra boa nova. Uma final da ‘Champions’ disputada por duas equipas inglesas”.

“Entrámos, assim, no esplendor da luz perpétua. O generoso Reino Unido abria mãos de uma final entre dois dos seus clubes mais importantes e ofereceu-a gentilmente à cidade do Porto”, realça.

Manuel Coelho lamenta que, afinal, e “ao Portugal abrir um pouco mais”, a Inglaterra fechasse o corredor verde. “Os turistas tão desejados estão assim obrigados a quarentena porque, afinal, o nosso país não é seguro”, denuncia.

O emigrante português vai mais longe: “Percebe-se o drible. Abriu para que fosse possível oferecer outra final da ‘Champions’ aos profissionais de saúde. Fecha-se porque a homenagem está feita”, concluiu com alguma ironia.

Por Marco António Sousa

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